sábado, 31 de dezembro de 2005

Lentilhas e metafísica

Ano novo, vida nova! As vitrines estão abarrotadas de roupas brancas. Alguns, entretanto, preferem fugir à regra e nos ensinam: amarelo para atrair dinheiro; rosa, amor; verde, esperança... Já teve retrospectiva 2005 na tv em todos os canais. A corrida de São Silvestre está rolando. Em milhares de casa, há lentilha no fogo, pernil no forno e champanhe na
geladeira. Quem mora perto do mar, já preparou as flores e o fôlego para pular sete ondas. As linhas telefônicas estão congestionadas. Milhões de pessoas estão fazendo listas mentais de promessas de ano novo que, provavelmente, jamais serão cumpridas... Como vocês podem ver: ano novo, vida velha! Hábitos antigos são mantidos de forma ritualística... o que me deixa um pouco desconfortável com o reveillon. Acho que eu queria entrar em coma em 26 de dezembro e só acordar em 5 de janeiro... Não sei bem o que me enerva tanto: a sensação de que estamos andando em círculo... a retrospectiva... a ingenuidade de acreditar que uma noite vai apagar tudo... meu mau humor... não sei, mas sinto-me aborrecida. Será mesmo tão importante esta última noite do ano? Calendários não são apenas convenções? Penso que nós devemos nos renovar a cada dia, a cada minuto. Fazer listas de intenções mais viáveis de serem colocadas em prática. Desejar paz a todos os amigos em todos os momentos que os encontramos ou nos lembramos deles. Penso também que devemos fazer balanços existenciais sempre que estivermos em fila de banco ou do detran...(do detran, principalmente). Bom... mas vou deixar para pensar nisso mais tarde. Agora tenho de temperar a lentilha e passar minha roupa. Branca, é claro. Ano novo!!!!

domingo, 11 de dezembro de 2005

Chronos, Aristóteles e Brad Pitt

Hoje me bateu uma vontade de analisar os gregos. Acho que é porque há uma overdose de Tróia na HBO este mês e Brad Pitt de Ulisses...bem... analisemos os gregos. Primeiro, acho que eles tinham toda razão quando construíram o mito de Chronos. Esse senhor - entre nós chamado de Tempo - é mesmo impiedoso: devora um a um os seus filhos sem qualquer manifestação de remorso. É, Chronos, você anda me devorando. E, cá entre nós, não está sendo nem um pouco divertido... Vou fazer 41 anos próxima semana. 41!!! Resta-me o consolo de que se, como dizem, a vida começa aos quarenta, comemorarei meu primeiro aniversário. Ridícula essa história!!! Mas não é isso o que vem me irritando em Chronos: essa passagem irreversível das horas é minha velha conhecida, não me assusta mais. O que me irrita nesse Senhor é que, antes, ele era mais benevolente comigo. Andava num ritmo mais devagar, permitia-me acompanhá-lo... Hoje não: o sujeito desembesta e eu tenho de ir atrás tentando controlá-lo. Veja que coisa mais cansativa: correr atrás do tempo. E não para grandes ações, não! É para coisisinhas miúdas do dia-a-dia que, antes, eu conseguia fazer sem dificuldades com aquele senhor...Escrever, por exemplo! Chronos, Chroninho, lindinho... amigo, amigo... me dá um tempo, né? Voltemos à análise dos gregos... Segundo (pus "primeiro" lá em cima, tenho de pôr "segundo": é uma questão de coesão textual, entendem?) acho que alguns eram - sem ofensas, afinal quem não é? - loucos. Aristóteles, por exemplo. O sujeito, que era vivia de pensar, não devia ter problemas com aquele Senhor... parecia ter tempo de sobra para filosofar, criar, imaginar, delirar... não o culpo: se eu tivesse aquilo-que-não-tenho-pois-o-sujeito-grego-não-é-mais-meu-amigo, é provável que também pensasse loucuras de vez em quando. Pois não é que o Aristóteles resolveu rotular os seres humanos. Eu sei que ele não foi o único, mas, convenhamos, achava que ele estivesse acima dessas segregações. Vejam bem: você pode ser do tipo super-humano, virtuoso, continente, incontinente e bestial. Super-humano: você é um super-herói. Virtuoso: você faz o certo sabendo que é o certo e não vê qualquer possibilidade de fazer o contrário, aliás você nem vê o contrário (ou seja, você é um herói). Continente: você faz o certo embora tivesse querido fazer o errado. Incontinente: você faz o errado, sabendo que é errado, e tem (ohhhhhh desgraça!) culpa! Bestial: você faz o errado e não vê nenhum problema nisso! E aí, qual a sua categoria? Você é um pouco de tudo? Depende do dia, da hora, do outro? Por favor diga que sim!!! Eu não posso estar sozinha nisso! Aristóteles, me perdoe, mas acho patético esse negócio de sair clasificando homens e mulheres. Não só patético, mas simplista. Todos nós caminhamos do bestial ao super-humano, às vezes em questão de minutos. Tento ser virtuosa - acho bonito dizer "virtuosa": não parece denominar uma mulher acima de qualquer suspeita? Mas não sou mentirosa (essa é uma de minhas virtudes): na maioria das vezes sou mesmo continente - repressão demais na infância, criação pequeno-burguesa, sei lá... me bate uma paúra às vezes de fazer coisas erradas. Outras vezes, não: faço coisas erradas (na hora, não sei por que, elas me parecem certíssimas) de forma incontinente (odeio, porque me leva à culpa, sentimento detestável!) e de forma viciosa (sem culpas, yeeeeesssssss!!!). Mas esse meu lado bestial me assusta. Aliás, o lado animal do ser humano me assusta. Ver o homem se transformar num bicho, agir como um bicho, deixar de lado a razão e ser dominado pelo instinto (raiva, sexo, autopreservação... não importa): isso é assustador. De vez em quando, me deparo com uma situação assim. Confesso: não gosto. A minha tendência é recriminar do alto da superioridade de minha personalidade virtuosa: isso é coisa de animal! Homens não agem assim! Mas no meu íntimo sei que pode acontecer com qualquer um: sai de cena o homem e entra a besta. Fazer o quê?! Esperar passar a fase, sentir culpa, pedir desculpa, tentar reparar o estrago, prometer ter controle... Ah! e dizer para o Aristóteles: amigo, posso agir como um animal e não ser um, por favor, não me rotule por ser, simplesmente, humano! Ah! os gregos... prefiro o Brad Pitt. Me deu vontade de assistir agora ao filme O clube da luta. Será por quê?....

domingo, 23 de outubro de 2005

Auto-sabotagem

No Aurélio, "sabotagem" é o ato de prejudicar, solapar clandestinamente. É uma palavra feia, mas cujo sentido nós apredemos a decodificar com o tempo. São muito os sabotadores que nos rodeiam. Há os sabotadores francos, que o fazem de maneira surpreendentemente assumida; há os falsos - os piores!- que se fingem de amigo e montam armadilhas em nossas costas. Há os tolos, coitados, que querem sabotar, mas não sabem como e caem no ridículo... Mas de todos os sabotadores, o pior somos nós mesmos. É esquisito, non-sense, absurdo, inecraditável: mas a auto-sabotagem tem cada vez mais adeptos. Gente que impede a sua própria felicidade, que faz de tudo para afastar de si amigos e sensações que dão prazer. Parece um tipo de gente frustrada, medrosa: o tipo de pessoa que, para não sofrer com as perdas (elas virão, é possível e provável), não aceitam a alegria dos ganhos (ainda que momentâneos). Pessoas assim não precisam de inimigos, revezam o papel de protagonista e antagonista de sua própria vida... na verdade, são os seus piores inimigos. O que leva alguém à auto-sabotagem? Algum desajuste psíquico tão grave que leva o sujeito a ofender aqueles que ama como quem diz "DEixa em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa..." Dizer aos auto-sabotadores: relaxe, aproveite a vida, não deixe de viver o prazer de hoje pelo medo do amanhã, carpe diem... não sei se esse discurso funcionaria... Penso que a única maneira de evitar esse comportamento é oferecer-lhe colo, palavras de carinho que aumentem sua auto-estima, muita tolerânica e, principalmente, perdão. Porque, depois da auto-sabotagem, vem a culpa...depois a vergonha...depois o isolamento...depois, finalmente (esse era o alvo), o sofrimento: seqüência boa para quem constrói suas próprias armadilhas... Os outros já nos prejudicam, nos solapam, sabotam nossos planos... não precisamos de ajudantes! Sobretudo de auto-ajuda (ou seria auto-flagelação?....).

domingo, 16 de outubro de 2005

Psiu....

Olhares. Gestos. Palavras. Silêncios. São tantas as formas de comunicação humana que às vezes é absurda a incomunicabilidade do mundo pós-moderno. Ou talvez ela exista porque o homem supervalorize o poder da palavra e faça discursos verborrágicos e vazios de siginificados. A palavra é o mais banal e perigosamente adulterável código de linguagem. Convenhamos: a tão fácil falar quanto falar o que não se sente. Falamos demais: frivolidades, acusações, mentiras... Acho que precisaríamos não falar durante, pelo menos, uma semana para sentirmos novamente o poder do toque, do olhar, do pequeno e do grande gesto. Podemos passar uma lista de assinaturas e, se conseguirmos o suficiente, entraríamos com uma petição no Congresso exigindo um decreto: Durante uma semana, todos estão proibidos de falar. Pena para o trangressor: ouvir ininterruptamente a Hora do Brasil!!! Talvez assim nossos sentidos ficassem mais aguçados para ir além das palavras. Talvez até conseguíssemos - ah! ilusão! - entender o silêncio... o mais cruel dos mecanismos de comunicação. O silêncio é carregado de ambigüidades, é prenhe de dúvidas. O silêncio deixa as coisas no ar, pode até destruí-las, mas não de uma vez: ele o faz com a lentidão dos perversos... O silêncio é um sinal de reticências contínuo... uma apnéia na hora do mergulho... o segundo que precede o pênalti. Silêncio: de quanto mistérios és feito? "Cala-te e aprende a ouvir-me" - ele me sussurrou agora. Psiu...

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Homem não chora?!

De tantos poetas precocemente chamados para o andar de cima, Gonzaguinha é um dos meus preferidos. É de extrema sensibilidade a letra da composição que diz"Um homem também chora, menina morena, também deseja colo, palavras amenas"... só um homem encantado seria capaz de expor assim, impiedosamente, a alma de todos os outros homens. Sim! Porque ele expôs a vulnerabilidade de um sexo que se julga forte e assim considera o outro como fraco. Sou mulher (nasci e, principalmente, tornei-me mulher) e, portanto, posso chorar, posso querer colo, palavras amenas. As pessoas entendem isso, ninguém vai me chamar de fraca, vítima ou coitada. Ao contrário, eu serei compreendida e consolada. Gosto de ter o direito de chorar e mostrar meu lado sensível... Por isso acho cruel ouvir certas expressões como "homem não chora", "menino, engole o choro", "carência é coisa de mulher". Como deve ser perverso viver nesse universo masculinamente frio, que impossibilita e reprime emoções como se elas fossem destruidoras vorazes de testosterona! Por isso, quero agora (perdoem-me as amigas) falar para os homens... Dizer-lhes que às vezes a vida é mesmo impiedosa, as dores são insuportáveis... e é preciso chorar (não! você não estará se vitimando nem manipulando sentimentos alheios: você está frágil, só isso!). Dizer-lhes que as grandes emoções podem chegar de surpresa, em pequenas coisas - um olhar mais profundo, um elogio fora de hora, um comercial de tv...- e é preciso expô-las, para que a caixa se esvazie e outras possam entrar (não! você não estará sendo ridículo e tolo, e, sim, honesto!). Dizer-lhes que as armadilhas do caminho podem ser sórdidas e as línguas podem ferir como punhal; e nesse momento é preciso - é absolutamente necessário - poder confiar em alguém e dizer "quero colo, acolha-me"... mais do que isso: aceitar o colo, pousar sobre ele, fechar o olhos e se deixar, simplesmente, ficar... (não! você não estará sendo fraco, você só assumirá seu lado humano). Amigos, permitam-se viver emoções. Vocês verão como, surpreendentemente, isso vai fazer de vocês homens mais interessantes...

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Só as crianças vêem anjos?! Então sou uma menina

Pronto!!! Definitivamente a vida anda me aprontando surpresas! Descobri que, se só as crianças vêem anjos, então eu sou uma menina. Para ser franca, já desconfiava disso: meu corpo nasceu uns trinta anos antes de meu cérebro e de meu coração! Vejam os sinais: adoro descobrir coisas novas; sou capaz de ouvir uma música ou ver uma obra de arte com os ouvidos e olhos mais pueris - fico tão empolgada que até me envergonho; acho o ontem e o amanhã tempos absurdamente longuíquos; de vez em quando ainda fico na iminência de perguntar o que eu vou ser quando crescer; gosto de devorar o mundo como se ele fosse um grande bolo de chocolate; adoro andar descalça e tomar banho de chuva; acredito em coisas estranhas -Papai Noel eu já superei, mas ainda creio em amizades eternas; adoro olhar arco-íris; dou gargalhadas abusivas; tenho ímpeto de perguntar a algumas pessoas: "Posso ser sua amiga?"; às vezes controlo a minha inclinação a fazer birras... Enfim, ainda sou uma menina. Não sei bem a minha faixa etária... Não.. cinco anos é muito pouco... talvez tenha uns dez. É. Dez! Estou ficando uma mocinha, portanto, olha só que perigo: posso perder a capacidade de ver além da matéria e de conversar com os anjos... acho que vou pegar um pouco do pó de pirlimpimpim e fazer o tempo congelar. Não é uma boa idéia?...

sábado, 8 de outubro de 2005

Os anjos existem!

Não imaginava que isso ainda pudesse acontecer comigo. Mas a vida é mesmo surpreendente: primeiro descobri que já fui uma mórula... e agora, para meu espanto, descobri que os anjos existem. Sim! Acreditem! Não ouvi um barulhinho de sinos, nem senti uma revelação epifânica... mas ele apareceu sorrateiramente na minha vida. Na verdade, eu já o conhecia, mas na sua forma humana, ele não me revelara sua origem angelical... talvez por vergonha, medo, falta de oportunidade, não sei. Nos últimos dias, entretando, percebi abruptamente uma de suas asas. Assustei-me, é claro, mas nada falei...poderia ter sido impressão minha. Qual o quê! No dia seguinte, eu vi as duas asas, ainda que timidamente expostas... Falei-lhe que o achava um anjo. Ele sorriu de forma ingênua e despretensiosa... sorriso de anjo, sabem como é. Até que finalmente ontem ele se despiu de sua antiga forma e mostrou-se o que de fato é: um anjo lindo, protetor, perfumado, tão etéreo que parece flutuar; tão leve que parece insustentável; tão belo que parece sonho... Meu anjo, não me importam as razões pelas quais tu estás no meu caminho; tampouco o tempo em que ficarás a meu lado. Insignificante é saber para onde vais, quando vais, por que vais, se vais ou não... O que meu peito pede agora é que pouses sobre a minha a tua mão macia e morna e me acalentes, me acolhas, me protejas ... e que, embora anjo, acordes a mulher que mora dentro de mim... até a finitude do eterno. Seja bem-vindo, meu anjo lindo!

domingo, 25 de setembro de 2005

Um dia é do caçador, outro....

Ela diz: "Estou cansada de ficar sozinha, esses homens não querem compromisso, nos usam e depois nos descartam. Tem mais: se você é inteligente, articulada e bem-resolvida eles nem te usam... têm medo!". Ele diz: "Eu quero uma mulher que seja minha cúmplice, minha companheira, mas eu quero conquistá-la, e as mulheres hoje não se deixam conquistar: são conquistadoras." Ela e ele são meus amigos. Um não conhece o outro (acho que seriam incompatíveis). São livres, independentes, bonitos, interessantes, sozinhos. Ela não se acerta com ningúem, embora tente. Ele, idem... Notam algo mais de semelhante entre eles? Não? Prestem atenção, releiam as suas falas... eles parecem viver em um passado longínquo! Não parece absurdamente anacrônico o que ela diz. Comecemos com o "Estou cansada de ficar sozinha": quantas vezes você já não esteve cansado(a) de estar acompanhado? Ficar sozinho(a) pode ser divertidíssimo, é só não associar isso à rejeição e fracasso! Depois: "esses homens não querem compromisso". "Esses" quem? Os disponíveis, os canalhas, os inteligentes, os que eu quero (que tal querer homens de outro tipo). E que compromisso: andar de mãos dadas, ir ao supermercado, trocar o pneu do carro, matar as baratas, casar, ser avalista de aluguel... quem quer compromisso? Compromisso é chato, entediante, burocrático. O bom é ser livre, ir e voltar por vontade e desejo. Depois tem o "eles nos usam e nos descartam"...Uau!!! essa eu nunca tinha escutado...que original... Pense bem, amiga, será que não você que os está usando?... tente mudar um pouco a perspectiva... Bem quanto ao "eles têm medo de mulher inteligente e articulada"... bom um homem assim merece mesmo é uma mulherzinha alienada, fútil, bonitinha, vazia, cuja mais brilhante citação seja uma frase de Adriane Galisteu, talvez da Luciana Gimenez... E o discurso dele, então? Não parece de um troglodita, neandertal ou coisa do gênero? Que idéia miúda essa de que a "mulher tem de ser conquistada". Que coisa pré-histórica isso de que o homem tem de ser o caçador... Vai olhar para a mulher e paquerá-la dizendo: Uga Uga!!! Que singelo! Por favor: isso é ranço darwinista de que o homem é fruto da evolução das espécies e tem um lado animal! Alô!!!! A idade da pedra passou, a idade média passou, a idade moderna está passando. As mulheres já podem votar, sabiam? Fazem sexo por prazer (juro!), pagam suas contas (e não apenas suas lingeries...), podem até pagar o drink e o motel, se valer a pena... Tudo bem, ainda têm TPM, menstruam e continuam parindo com dor... mas houve avanços. Reconheçamos. Aí vem o sujeito -bem, é meu amigo, mas.... - diz que quer ser o conquistador? Síndorme de Conam, o Bárbaro? Quando for visitar a conquistada vai fazer xixi nos quatro cantos do apartamento para demarcar território?! Amigos, atualizem-se. Amiga, perceba que estar cansada de ser sozinha pode ser apenas a repetição mecânica de um clichê da sua tia-avó soltira, compromisso a gente tem de ter com a própria felicidade, e que o verbo usar pode mudar da voz passiva para a ativa (usei em vez de fui usada). Amigo, amigo... não precisa mais ir para o mato caçar capivara para o almoço. Passe no supermercado mais próximo e veja como as coisas são práticas. Ah... também não precisa fazer atrito entre galhos para fazer fogo: já tem uma coisa chamada fósforo, outra coisa chamada isqueiro... Não se esqueça: coçar o saco é público é muito feio (sei que é coisa de macho, mas controle-se) . Ah... e principalmente, amigo, pense (prometa que vai tentar): ser conquistado pode ser maravilhoso, permita-se o prazer de servir-se como caça e forneça uma boa refeição!!! Sejam felizes. Se puderem.

domingo, 18 de setembro de 2005

Pagar para ver!

Sabe aquelas finais de jogos em que não é possível ter empate? Pois é, alguns jogos da vida são assim: é ganhar ou perder. Sempre tive medo desse tipo de situação (confesso que, na hora das decisões por pênaltis, não consigo ficar na sala vendo a TV... ). Esse medo de perder me paralisa a vida: faço poucas apostas, raramente blefo, sou a primeira a sair da mesa. Admiro - e muito - aquele tipo de pessoa ousada que tudo arrisca e, se tudo perder, não lastima ou desanima: afinal faz parte do jogo - dizem com a naturalidade dos apostadores compulsivos... Não sei que tipo de situação nos tira dos trilhos (ou, enfim, nos coloca neles...), mas ontem eu paguei para ver! Que medo, que vergonha, que pavor terrível tomou conta de mim quando eu joguei os dados na mesa - ainda mais porque - pasmem! - quem propôs o jogo fui eu! Que ousado espírito tomou conta de mim para que eu fizesse isso? Até agora não sei... Sei que joguei, apostei alto, arrisquei, perdi o controle (meu Deus!), sabendo que não haveria empate: ou eu ganharia ou eu perderia. E sabem o que aconteceu? Eu perdi. E não foi uma derrota qualquer... foi um pouco humilhante, muito desoladora, absolutamente constrangedora, inesquecivelmente dolorida. Mas, apesar de tudo, eu me sinto uma vencedora. Por quê? Porque eu tive coragem de jogar, arriscar, expor-me à vitória ou à derrota, mas expor-me... sair da cozinha e ver os pênaltis na televisão. Poderia ter sido melhor se eu tivesse ganhado... será?... não tenho certeza. Talvez seja uma forma de consolo, não sei, mas acredito que o prazer - para mim, hoje - não está em ganhar... definitivamente não! O prazer que toma conta de minha alma hoje vem do orgulho de ter rolado os dados enfim... e de ver que eu ainda - embora já nem desse conta disso - estou no jogo!!! Que venham outros dados e novos jogadores!

sábado, 17 de setembro de 2005

Do anonimato e outras covardias

As máscaras são um prato cheio para a psicanálise. É impressionante como as pessoas se sentem protegidas quando estão mascaradas: a personalidade se dissipa, os valores morais e éticos se flexibilizam e as verdades se soltam... dê uma máscara a alguém, proteja-o na cômoda situação do anonimato, e verá quem ele realmente é. As máscaras usadas nas comemorações do carnavel têm protegido secularmente indivíduos que jamais se revelariam de cara lavada. No mundo pós -moderno, a comunicação virtual da internet funciona como máscaras na nossa prática social: pelo teclado e pelo monitor, sob a segurança do contato virtual, podemos criar falsas imagens, contar falsas verdades, dizer coisas que seduzem, magoam ou perturbam sem nos preocuparmos em sermos descobertos. A virtualidade da net nos dá a serena garantia do anonimato. É prático, mas não é honesto... cá entre nós, é até covarde dizer aos outros o que eles não merecem ouvir sem lhes dar a chance de contra-argumentar, pois o interlocutor é um ser "anônimo". Aprendemos que é covardia tirar doce de criança, bater em gente menor do que a gente, esquivar-se da responsabilidade de ações deliberadamente praticadas, maltratar quem já está destruído... mas é preciso ver que, dentre as muitas covardias a que estamos expostos - como praticantes ou receptores - o anonimato é, talvez, a mais perversa: ele destrói sob a segura certeza de que não será descoberto, protege-se sob a máscara do irreconhecimento... Amigos, sejamos bravos... assinemos nossas considerações, assumamos nossos posicionamentos! Abaixo a covardia do anonimato!!!

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

Amor, afinal...

Em mesa de bar, a conversa não tem rumo certo: muda-se de assunto na mesma velocidade em que se pede mais uma rodada. Política, futebol, o sujeito da mesa ao lado, o preço da cerveja... tudo isso é comentado em menos de 5 minutos. Não entranhei, então, que aparentemente do nada alguém tenha-me feito a pergunta: "Qual a diferença entre amor e paixão?". Antes de dar uma resposta (se é que eu a tinha), reparei bem o perfil do meu interlocutor (na verdade, interlocutora): uma jovem de aproximadamente 20 anos, de bem com a vida, bela, inteligente... bem longe dos padrões ingênuos de certos eternos adolescentes. Naiara é seu nome. Naiara não é ingênua, mas tenho a impressão de que ainda conserva certa tendência aos sonhos... Naiara acredita no amor. E eu desiludi Naiara, dizendo-lhe que o amor só existe, de maneira eterna e incondicional, entre mãe e filho. O resto é paixão, carência, desejo, amizade... Impiedosamente, talvez, tenha-lhe entristecido a alma. Perdoe-me, Naiara! Queria poder manter os seus devaneios românticos. Queria dizer que cada um de nós tem uma alma gêmea e, se formos bonzinhos e dermos sorte, ela aparecerá...Queria dizer que o sentido da vida é amar, que sem amor é impossível ser feliz... Queira dizer que a sensação de desejo que algumas pessoas nos despertam pode ser eterna... Queria dizer que a cumplicidade de andar de mãos dadas pela rua às três da madrugada pode ser perpetuada... Queria dizer que amar só depende de você, amor é via de mão única... Queria dizer que nada é mais confortador do que saber que um outro existe com quem dividir planos, alegrias e frustrações... Queria rir dos que negam o amor, dizendo que eles nunca amaram... Juro, Naiara, que eu preferiria ter dito essas palavras... mas a vida paralisou minha vontade no momento (ou momentos?) em que descobri que, lamentavelmente, isso tudo é uma grande mentira. Perdoe, jovem Naiara.

sábado, 27 de agosto de 2005

Eu, pecadora?!

Trabalhando com literatura e, de vez em quando, passeando pelo Barroco, não dá para passar indiferente sobre alguns textos. Os de Gregório de Matos, por exemplo, parecem-me sempre muito atuais: o sujeito peca, arrepende-se porque quer salvação, e se dirige a Deus, ameaçando: "Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada. Perdoai-me e não queirais, pastor divino, perder na vossa ovelha a vossa glória!" . Esperto esse sujeito, não? Parte do pressuposto de que, havendo arrependimento, haverá, necessariamente perdão... mas não é bem sobre isso que quero falar. De repente me deu uma sensação de que os meus pecados têm sido poucos, superficiais, irrelevantes. O que me leva à imediata conclusão de que estou aproveitando muito pouco a vida. Vejamos: ira e avareza são coisas que nunca fizeram muito a minha cabeça. às vezes tenho vontade de jogar coisas e pessoas pela janela (defenestrá-las - olha que verbo chique!), mas a vontade normalmente passa rápido; e minha carteira anda vazia talvez por falta de avareza... Cobiça, bem... digamos que ela esteja bem no limite entre a admiração e a inveja, mas nunca fiz despacho ou coisa que o valha em função disso... o que alivia minha barra. Vaidade... eis aí um pecado que requer duas coisas que andam escassas em minha vida: tempo e dinheiro! Lúxuria, então, nem se fala... o que é mesmo isso?! Há tempos a maçã da perdição (salvação?!) não me é oferecida. Resta-me - pobre de mim!!! - a preguiça e a gula... Comer mais do que o necessário (chocolates...hum....) e dormir, quando há tempo, mais do precisava... esses são os meus pecados. Veja se isso não afeta definitivamente minha reputação!!! São pecadinhos à toa, desses cotidianos, ninguém os leva mais a sério... Será que nem pecar mais direito eu sei?!! Como serei perdoada por tão míseros pecados? Acho que Ele quer pecados grandes que façam valer a pena o esforço do perdão... Ah! saudades do tempo em que os meus pecados eram impublicáveis...

sexta-feira, 19 de agosto de 2005

Educação ou sedução?

Fui educada com esmero pelos meus pais. Se alguma coisa saiu errada, não foi culpa deles! Aprendi a ser gentil, dizer "por favor", "obrigada", "com licença" e outras expressões mágicas... entendi que não custa nada perguntar"como vai?", "quer ajuda?"... Sem falsa modéstia, posso dizer que, além de bem educada (por méritos alheios), tenho uma tendência a ser simpática: costumo sorrir enquanto falo, faço brincadeiras para quebrar o gelo, gosto de ser carinhosa com todos... enfim: sou gente boa (é o que acho!). Para manter velhas e consolidar novas amizades, telefono de vez em quando, mando e-mails de quando em vez (gentil, não?). Ultimamente, porém, ando meio perturbada com isso... começo a perceber que algumas pessoas confundem esse tipo de comportamento ("ser legal") com jogo de sedução amorosa! Uma mulher descasada, quarentona e aparentemente bem resolvida não tem o direito de ser atenciosa sem que pareça estar "dando em cima"?! Será que agora vou ter de me despersonalizar e incorporar o tipo sem graça, tímido, calado... só para que ninguém ache que eu sou uma caçadora, sedutora, facilitadora ou qualquer "ora" que o valha?! Será que vou ter de contrariar as orientações dos meus pais só para não ser rotulada do "tipo-de-mulher-que-dá-mole"?! Eu poderia até tentar (tudo em nome da honra!), mas, cá entre nós, me recuso! Esse modelito frívolo de sociedade que confunde gentileza com cantada não me agrada e nem me cai bem! Vou continuar procurando ser simpática e agradável com todos. No dia em que eu quiser seduzir, as armas serão outras... bem diferentes. É isso!

quarta-feira, 10 de agosto de 2005

Já fui uma mórula!

Estava eu lendo um texto, escrito pela doutora Alice Ferreira, sobre descriminalização do aborto. Ela é absolutamente contra, argumentando que cientificamente já se provou que o início da vida é o momento da concepção - o aborto seria, então, um assassinato. Deixarei as questões morais de lado, porque o que mais me intrigou no texto foi um trecho que assim diz: "Todos nós passamos pelas mesmas fases do desenvolvimento intra-uterino: fomos um ovo, uma mórula, um blastocisto, um feto". Como assim? Eu já fui uma mórula?! Ter sido um ovo me constrange um pouco, ter sido um blastocisto até me envaidece, ter sido um feto...normal. Mas uma mórula?! Ah, isso não! Definitivamente eu não estava preparada para essa notícia. Entrei em crise pessoal e deixei o debate sobre o aborto de lado. Nada é mais importante do que o fato de eu ter descoberto, assim de forma abrupta e fria, que eu fui "aquilo". Na busca de minha identidade, tenho convicção de que fui muitas coisas na vida. Já fui séria (seriíssima, diga-se de passagem), temperamental, sedutora, santa (pero no mucho), sentimental, irônica. Já fui aluna, professora, namorada, amiga, noiva, mulher. Já fui baixa, careca e desdentada (mas isso já faz muito tempo). Reconheço até que já fui vil, mesquinha, vingativa, ridícula. Mas... uma mórula?! Por essa eu não esperava... Mas agora, pensando bem, talvez isso explique uma série de coisas: só pode ser por isso que tenho crise de riso, o pé direito maior que o esquerdo, reações precipitadas, muitas sardas nas costas... Isso explica (claro! por que não percebi antes!) as minhas oscilações de humor, os meus ataques de espirro, a dificuldade de aprender trigonometria, o meu cartão de crédito estourado!!! Que coisa! Cinco anos de terapia se desmoronam diante desta verdade inexorável: eu fui uma mórula. Preciso rever todos os meus conceitos existenciais... O meu consolo é que, se eu já fui, você também, um dia, foi! Ufa! Que alívio!

terça-feira, 9 de agosto de 2005

(Des)controle

Que me desculpem os aventureiros, mas o mínimo de rotina é fundamental. Adoro a sensação de que tudo está dentro das expectativas, amo a idéia de que está tudo sob controle - apesar de ultimamente não ter tido muito controle nem sobre o controle remoto da televisão (ah! filhos!!). Sair da rotina me incomoda, os imprevistos me desesperam... tenho um certo prazer em controlar minha vida, mesmo sabendo que isso é uma doce ilusão, e que ter controle é apenas ter a ilusão do controle. Ainda assim, dá-me paz acreditar que tudo o que acontece na minha vida é previsível e decidido por mim - acho que sofro da síndrome de deus, fazer o quê? Terapia? Ah, já faço! Nas questões pessoais, então, sinto-me bem poderosa. Estou sozinha porque quero e não é só isso: continuarei sozinha porque quero... Bobagem, ingenuidade, tolice. De repente, do nada, acontece o imprevisto e eu perco o controle. Minhas emoções tão seguras se dissolvem e eu me sinto um daqueles antigos brinquedos (o Tamagochi, lembram-se?) que precisa ser alimentado, amado, enfim, eca!, controlado. Sim, sim...estou falando de amores repentinos, daqueles que nos desestabilizam e nos tiram da rotina! Mas esse tipo de tema, convenhamos, não se adapta muito a uma crônica... merece uma poesia! Então, lá vai:

A TEIA

Eu, que me julgava tão soberana,
senhora das minhas vontades,
fui capturada pelo inesperado.
Tão acostumada estava a nada esperar
Tão acomodada sentia-me à minha solidão
Tão sensatas julgava as minhas escolhas
Tão traqüilos eram meus caminhos
Eu, ridícula e tola,
Fui violentamente seqüestrada pelo inesperado.
E agora,
Nesta teia em que me encontro,
Feita de olhares, esperas e silêncios,
Espero, humilde e ansiosa,
Que outro inesperado me salve.


Alguém tem um controle para empréstimo, aluguel ou venda? Paga-se bem!

domingo, 7 de agosto de 2005

Ah... os domingos

É domingo. Meu Deus. É domingo. Mesmo que tirassem do meu alcance todos os calendários e eu vivesse uma relação de tempo intuitiva, ainda assim eu saberia quando é domingo. O vazio melacólico das ruas, a interminável preguiça, a entendiante programação da televisão, a vontade de sequer tirar o pijama ou arrumar a cama... essas coisas e outras que estão no ar denunciam que o domingo chegou. Que fazer, então? Churrascos com pessoas conversando além dos decibéis suportáveis? Restaurantes lotados com famílias para as quais o domingo é a libertação da escrava do lar que cozinha de segunda a sábado? Almoços familiares que trazem à tona sempre velhas rixas que se julgavam esolvidas há tempos? Ligar a televisão e ficar apertando o controle remoto a cada 5 segundos com o comentário de " essa programação é patética"? Ir ao clube e, depois de lutar para encontrar um lugar para colocar a toalha, lambuzar protetor solar fator 60 pra não se expor ao câncer, ouvir crianças gritando que querem sorvete, homens olhando acintosamente a bunda das meninas, sentir o cheiro de urina que emana da piscina? Ficar em casa é opção: ler, arrumar gavetas, fazer uma comidinha caseira, cochilar à tarde... mas, lembrem-se, é domingo, não há disposição para isso. No final do dia, a música do Fantástico avisa que a tortura está quase acabando (aliás, vou propor que nos mobilizemos contra essa música - tenho a impressão de que ela provoca depressão aguda). Resta-nos o consolo de ir domir pensando: O domingo acabou! Mas a algegria dura pouco. Esse diabo é persistente e pontualíssimo: aparece, sem a menor cerimônia, semanalmente... entre a balada do sábado e a rotina da segunda. Não há como dele escapar...É domingo. Meu Deus. É domingo.

sábado, 6 de agosto de 2005

Sobre a inveja

Vocês conhecem aquela pessoa que faz o modelo-perfeito-em-tudo-o-que-faz-e-nunca-comete-erros? Eu conheço o tipo...aliás, tipa! A criatura é inteligente, elegante, carismática, bem-resolvida, e (ahhh!) linda de viver. Um dia desses, fui visitá-la meio que de surpresa (essas coisas que em Brasília nunca ninguém faz: "tava passando aqui perto e vim te ver!"). Pois bem, acreditem: a criatura estava arrumada como quem vai ao shopping. Perguntei, com absoluta vergonha de ter ido visitá-la em hora imprópria, se ela iria sair. Ela sorriu, disse que claro que não e me levou ao seu quarto para que eu pudesse ver o que ela estava fazendo... não pensem maldade, muito menos de alguém assim... Bom, ela estava arrumando o guarda-roupa, tinha tirado todas as peças, estava passando as roupas amarrotadas, dobrando direito as camisetas, agrupando por ordem de cor as calcinhas. E ela estava arrumada!!! Perguntei por que ela estava daquele jeito, pronta pra sair. Sabem o que ela me respondeu? "Ah! isso é roupa de ficar em casa!". Como assim? roupa de ficar em casa?!! EU tenho roupa de ficar em casa: camisetas meio puídas, bermudas velhas, chinelo havaiana se eu não resolver ficar descalça, indumentárias inúteis para qualquer outro evento senão ficar em casa! Aquilo era roupa de sair! Ah, meu Deus, tinha descoberto outra virtude nela... agora só faltava eu descobrir que ela acorda com hálito fresco de hortelã e nunca na vida teve flatulência...
Por que mesmo comecei essa história?... ah lembrei: minha filha fez uma redação sobre Admiração e inveja - o que diferencia esses dois sentimentos - e eu achei o tema filosófico demais para uma garota de 13 anos. Penso que não teria muito o que escrever sobre a matéria, pois vejo um limite territorial excessivamente estreito entre as duas palavras. Admiramos quem gostamos e invejamos quem não gostamos, diriam alguns. Mas não acho que seja assim tão simples: gosto da criatura, mas a invejo! Sim, mea culpa, mea culpa, mea culpa! Pequei, Senhor, perdoa-me, caí na fácil armadilha dos que não têm personalidade e padecem desse vil sentimento, também conhecido como pecado capital, chamado inveja! A admiração é para os altruístas, os que são tão perfeitos em tudo o que fazem não faz sentido terem inveja, os iluminados... ou então para os hipócritas, que dizem o que não pensam. Não sou assim, admito, nem iluminada nem hipócrita. Algumas pessoas me causam inveja sim! Só que não preciso, por causa disso, torcer contra elas, recorrer à mandinga, puxar o tapete, fazer intrigas! Posso conviver bem com a vontade de ser também daquele jeito, sem torcer para que o outro não o seja. "Ah, Tereza", alguns tentarão me consolar, "isso é admiração". Não é não gente, é inveja... e é uma merda.